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Carlos Walter Porto-Gonçalves, geografia como verbo: Paixão da terra que, pelos "de baixo", se faz território
No último dia 6 de setembro a geografia brasileira e latino-americana perdeu um de seus maiores representantes, aquele que pode ser considerado seu maior geógrafo da ação—ou geógrafo ativista, que tinha na luta por terra/território, junto aos movimentos sociais e aos grupos subalternizados, a sua grande paixão. Carlos Walter Porto-Gonçalves, nascido em uma família operária no subúrbio do Rio de Janeiro em 1944, era professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense desde 1987 e faleceu em Florianópolis, onde nos últimos dois anos foi professor visitante na Universidade Federal de Santa Catarina.
Carlos nos deixa um enorme legado, não apenas entre xs tantxs estudantes que orientou ou pelas obras que escreveu, mas sobretudo através do que aprendeu e ensinou junto ao ativismo social, revelado nos movimentos que agora lhe prestam homenagem: os Povos da Floresta (em especial os seringueiros), os Povos do Cerrado, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a Via Campesina, o Movimento dos Pequenos [End Page 130]
Agricultores, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração, a Comissão Pastoral da Terra, diversos povos indígenas (em mensagens como a do líder Ailton Krenak), entre outros. O amplo leque de sua projeção política incluiu também manifestações dos ministérios do Meio Ambiente (ministra Marina Silva) e do Desenvolvimento Agrário. A jornalista boliviana Karen Gil afirma que, apesar de todas as homenagens e prêmios que recebeu, o que melhor define Carlos Walter e algo de que ele próprio se orgulha "é o fato de ser filho de pais trabalhadores que, nas ruas, construíram uma vida digna, como a maior parte das pessoas comuns no Brasil" (Gil, 2017, tradução própria).
Pessoalmente, Carlos era um colega de departamento, com quem eu partilhava as salas de laboratórios de pesquisa, numa frequente troca de referências e saberes. Foi, assim, um grande parceiro de diálogo intelectual no cotidiano acadêmico ou em inúmeras bancas e eventos de que participamos e/ou que organizamos. Escrevemos um livro juntos (Haesbaert & Porto-Gonçalves, 2006) e foi dele a iniciativa de recomendar meu livro O Mito da Desterritorialização (Haesbaert, 2004) para Enrique Leff, no México, onde foi publicado pela Siglo XXI editores. Muito além de um companheiro de geografias e de lutas, Carlos era um grande e afetuoso amigo ou, como ele dizia em autógrafos que me dedicou em seus livros, um amigo-irmão. Ainda no nosso último encontro, em julho de 2023, quando, já debilitado, fui visitá-lo em Florianópolis, ele fez questão [End Page 131]
de lembrar o que denominava nossa complementaridade: ele, com sua aguda intuição e seu envolvimento ativista; eu, com minha disciplina de leituras e, em suas palavras, articulador de conceitos. No fundo, porém, o que vamos recordar sempre com enorme saudade são os momentos de intenso afeto partilhado, com ele e sua querida companheira Marcia, sua fonte de amor e apoio imprescindíveis.
Em seu Memorial para o concurso de professor titular, realizado em 2017 (ver Figura 2), revela que de sua graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1969-1972) guardava lembranças da geografia conservadora e descritiva, com algumas exceções de descrições densas. Ressaltou, entretanto, a memória de uma antropóloga, Luigarde Cavalcanti, com quem manteve longa amizade, e quem lhe ensinou "um valor que levaria para o resto da vida", o de que "a riqueza maior da humanidade é a sua diversidade e, com base nisso, a necessidade da crítica ao etnocentrismo e ao racismo". Com Luigarde, diz ele, "aprendi a importância dessa luta, sem abdicar da crítica e da superação do capitalismo. Assim pude escapar, desde o início, do pós-modernismo e do multiculturalismo" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 5). Apesar de Carlos ter sofrido outras influências que o estimularam para essa luta, ele recordava acima de tudo de Luigarde.
Seu forte vínculo com professores da chamada geografia física revelou-se na ênfase às questões ambientais que marcaram sua trajetória acadêmica. Em suas palavras, ele [End Page 132] era um "geógrafo dedicado a temas sociais sempre de modo ambientalmente ancorado" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 6). Atuou como bolsista de iniciação científica nas áreas de geomorfologia costeira e pedologia, ao lado do professor Valdemar Mendes, comunista, com quem percebeu mais de perto a violência da então vigente ditadura empresarial-militar (como ele denomina).
Marcante, também, para o início de sua formação crítica, foi o estágio que desenvolveu junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1970. Nesse estágio, conheceu um grande geógrafo, Orlando Valverde, de formação marxista, responsável por tê-lo levado "à paixão pela Amazônia, pelo Brasil e pela questão agrária" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 6) e à leitura de Karl Kautsky. A partir daí começa a aproximação com grupos de esquerda, clandestinos, durante a ditadura, como a Liga Operária (1972-1978) que, apesar de pequena, teria influência nas lutas estudantis e operárias que dariam origem à Convergência Socialista (CS) e ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Seu papel na renovação do pensamento geográfico brasileiro, em busca de uma geografia crítica de bases marxistas, no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, foi fundamental, ao lado de geógrafos como Milton Santos (seu orientador de mestrado) e Ruy Moreira. Trata-se de um movimento que, segundo ele, inicialmente se articulou sem vínculos com o que ocorria no contexto europeu ou norte-americano. Tais vínculos se dariam somente depois, especialmente na interlocução com a obra de Milton Santos, que retornou do exterior e participou do III Encontro Nacional de Geógrafos realizado em 1978 na cidade de Fortaleza. Era o momento da "abertura lenta, gradual e segura" do governo militar, nas palavras do então presidente Ernesto Geisel.1 Deve ser destacada, igualmente, a participação de Carlos Walter, inclusive como um dos organizadores, no IV Encontro Nacional de Geógrafos de 1980, na PUC-Rio (onde permaneceu como professor de 1976 a 1987), com um núcleo acadêmico de resistência à ditadura. Segundo ele, sua "trajetória intelectual teórico-política" foi "definitivamente marcada por esse território aberto que contraditoriamente tem sido a AGB [Associação dos Geógrafos Brasileiros]" (Porto-Gonçalves, 2017b, p.18. Carlos participou em diferentes momentos da AGB e a presidiu em 1980 e entre 1998 e 2000.
Outro traço da personalidade intelectual de Carlos Walter era sua aguda intuição e respeito pelos saberes subalternizados. Sua atenção para com os "de baixo" começou cedo. Na descrição detalhada que faz em seu memorial sobre um trabalho de campo com seu mestre Orlando Valverde, na Zona da Mata mineira, revelou como aprendeu a ouvir e respeitar outros saberes, como o do camponês que, indagado sobre a extensão de terra cultivada, respondeu, utilizando como unidade de medida o litro. Tal resposta surpreende, pois, o pensamento eurocêntrico esperaria uma resposta que utilizasse uma unidade de medida de área ao invés do litro, no contexto ocidental utilizado como medida de volume. Entretanto, o camponês mostra uma outra forma de enxergar a medida: Carlos observa no memorial que, através de Valverde, ele viria a saber que se tratava da área cultivada com determinada [End Page 133] quantidade de litros de semente utilizados no plantio.
Buscando sempre a indissociabilidade entre espaço e tempo, Carlos Walter dialogou desde cedo com o "doublê de geógrafo e historiador"—como ele dizia (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 8)—Caio Prado Júnior,2 cujo livro Formação do Brasil Contemporâneo (Prado Júnior, 1942) serviu de base para uma das disciplinas que ministrou na graduação em geografia. Outro autor importante nessa sua interlocução com a história foi Edward Thompson (1981), especialmente através de seu conceito de experiência, que lhe auxiliaria "para superar certo marxismo estrutural-funcionalista que tanto mal viria fazer à geografia e que subestima a importância da experiência e da cultura, vistas como superestrutura" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 8-9). Durante sua permanência como professor na PUC-Rio, Carlos Walter destaca a influência de José Augusto Pádua, pioneiro da história ambiental no Brasil e que lhe apresentou a obra do geógrafo Josué de Castro, Geopolítica da Fome (Castro, 1946), reforçando seus laços com as questões ambientais e da geografia agrária.
Sua "abertura à diversidade cultural" (Porto Gonçalves, 2017b, p. 11), diz ele, se deve sobretudo às aulas de antropologia, mas também às influências de geógrafos clássicos como Richard Hartshorne—em seu estudo da diferenciação de áreas—e Paul Vidal de la Blache—com seus gêneros de vida. Essas múltiplas influências levaramno "a prestar mais atenção ao subtítulo de O Capital - Contribuição à Crítica da Economia Política - do que ao título propriamente dito" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 11). Assim, afirmou que o fato de O Capital, mais que propriamente um livro de economia política, ser uma contribuição à sua crítica: tem sérias.
tem sérias implicações epistêmicas e políticas, entre outras, a de que a luta para superar o capitalismo não é uma luta para, simplesmente, instaurar um outro modo de produção, como se fosse a produção que devesse comandar todo processo de instituição social.
Carlos Walter destaca três experiências (e espaços) onde teve sua formação como profissional da geografia com a construção de um pensamento próprio: sua convivência de mais de uma década na PUC-Rio, a criação do SOCII [Pesquisadores Associados em Ciências Sociais] (junto a filósofos, sociólogos, politólogos e historiadores) e a experiência como professor na Faculdade de Filosofia de Campos, na antiga zona canavieira do norte do estado do Rio de Janeiro.
Mas foram sobretudo as lutas sociais emergentes no final dos anos 1970 e início dos 1980, com o fim da ditadura, que de fato o estimularam a um pensamento crítico através de um marxismo aberto a novxs interlocutorxs. Assim, com um olhar aguçado para essas lutas, para os "de baixo", ele afirma que infelizmente a ênfase na análise da "lógica do capital" deixava em segundo plano "as classes que se formam em luta" (Porto-Gonçalves 2017b, p. 12), de lutas para além daquelas contra o capital e mesmo "lutas de classe sem classe", em sua interlocução com Thompson (1981). Daí surgiu sua grande questão, a ser desdobrada ao longo dos anos 1980: como [End Page 134]
trabalhar geografia e movimentos sociais? Nesse campo, sem dúvida, Carlos Walter foi um dos pioneiros dentro da geografia brasileira. A continuidade dessa temática ao longo de sua trajetória de investigação revela-se no grupo de pesquisa que manteve nas últimas décadas na Universidade Federal Fluminense, o Laboratório de Estudos sobre Territorialidades e Movimentos Sociais (LEMTO).
Diante de um marxismo funcional-estruturalista e economicista que dominava a chamada renovação crítica da geografia brasileira nos anos 1980, Carlos Walter constata que não tinha muitxs interlocutorxs. Ele cita entre as influências mais positivas xs geógrafxs Regina Sader, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Rogerio Haesbaert e Marcelo Lopes de Sousa. Da geografia europeia, assinala "o [End Page 135] foucaultiano Claude Raffestin e o marxista italiano Massimo Quaini," (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 19) junto à teoria social de Thompson, Cornelius Castoriadis e Pierre Bourdieu, aos quais acrescentaria Edgar Morin. A questão ambiental e essas novas perspectivas teóricas estão presentes em seus dois livros da década de 1980, Paixão da Terra—Ensaios Críticos de Ecologia e Geografia (1984) e (Des)Caminhos do Meio Ambiente (1989). Sua dissertação de Mestrado, intitulada Os Limites d'Os Limites do Crescimento: análise do relatório do Clube de Roma, foi defendida em 1985 sob orientação de Milton Santos, e realizou uma investigação crítica sobre o documento que embasou a 1ª Conferência da ONU sobre Meio Ambiente realizada em Estocolmo, em 1972 (Porto-Gonçalves, 1985). Entre inúmeros trabalhos, Carlos Walter escreveu outras obras sobre a questão ambiental, como O Desafio Ambiental (2004), e sobre a Amazônia, em especial Amazônia, Amazônias (2001) e Amazônia: Encruzilhada Civilizatória (2017a). Por seu livro A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização (2006), recebeu o prestigioso prêmio Casa de las Américas, em Cuba (Figura 3).
Seu engajamento com o movimento dos seringueiros amazônicos na criação das reservas extrativistas, no final da década de 1980, levou-o à investigação que deu origem a sua tese de doutorado, defendida sob orientação da geógrafa Lia Machado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1998. Seu doutorado, por sua vez, resultou naquela que pode ser considerada sua obra de maior fôlego: Geografando: nos Varadouros do Mundo—da territorialidade seringalista (o seringal) à territorialidade seringueira (a reserva extrativista) (Porto-Gonçalves, 2003). Revelado no próprio título—através do verbo geografar—é aí, segundo o autor, que "a geografia é declinada em um tempo verbal em movimento" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 20), expondo mais sistematicamente a relação entre geografia, conflito e movimentos sociais. Esse envolvimento resultou num forte vínculo com o líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes (assassinado em 1988), "símbolo do ecologismo de base popular a nível mundial", como diz Enrique Leff no prefácio do livro (Porto-Gonçalves, 2003, p. 7; ver Figura 1). Nessa obra o autor afirma ter superado "a ambiguidade entre o ativista e o geógrafo" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 21). A tese trabalha o que é denominado "tensão de territorialidades", especialmente aquela do Estado, a partir "de cima", e a dos seringueiros, a partir "de baixo". Em 2004 Carlos Walter recebeu o Prêmio Chico Mendes em Ciência e Tecnologia do Ministério do Meio Ambiente brasileiro.
Mestre das palavras, sempre preocupado em explorar suas etimologias e suas ambiguidades, Carlos Walter é reconhecido pela difusão de termos como "re-existência".3 Para ele, re-existir é resistir não apenas para continuar existindo, mas para se reinventar; para existir de outra forma. Ao simplesmente resistir, dirá ele, o protagonista é o outro; já ao re-existir, o próprio sujeito assume o protagonismo da sua ação.
A partir dos anos 2000, Carlos Walter destaca dois outros "encontros", decisivos na "construção de uma teoria social crítica desde a geografia", aqueles com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e com o pensamento descolonial (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 32). Sobre [End Page 136]
sua articulação e assessoria junto à Comissão Pastoral da Terra (CPT) ele comenta:
A CPT tem presença em todos os estados brasileiros e desde 1985 reúne o que, hoje, pode ser considerado o maior acervo de dados sobre conflitos por terra no país, com mais de 30.000 conflitos registrados. Em 2003 fui convidado para contribuir na análise dos dados consolidados dos conflitos para o Caderno de Conflitos no Campo, publicação anual da CPT. (…) Desde então, vimos observando (…) o movimento contraditório desigual e combinado da geografia da sociedade brasileira, cuja melhor expressão é o próprio conflito, enquanto contradição social em estado prático, ou seja, enquanto dialética aberta.
Deve-se ressaltar, finalmente, a atuação e o reconhecimento da obra desse grande geógrafo no contexto das ciências sociais latino-americanas. Em sua atuação, merece especial atenção sua participação no Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO) e na interlocução com membros do grupo Modernidade/Colonialidade. Nesse sentido, foi pioneiro na abordagem descolonial na geografia brasileira e o responsável pela apresentação da edição brasileira do livro A Colonialidade do Saber: [End Page 137] Eurocentrismo e Ciências Sociais (organizado por Edgardo Lander). Carlos foi também um dos organizadores do IV Encontro da Cátedra América Latina e Colonialidade do Poder, em 2013, no Rio de Janeiro, com a presença de Aníbal Quijano, Catherine Walsh, Edgardo Lander, Alberto Acosta e outrxs. Através da perspectiva descolonial e da sua luta contra a exploração de classe, o patriarcalismo e o racismo, Carlos Walter reconhece buscar "um outro léxico teórico-político" que:
mais que Estado nacional, fala de plurinacionalidade; que, mais que dominação da natureza, nos propõe a natureza como portadora de direitos, como os movimentos sociais conseguem inscrever nas Cartas Magnas da Bolívia e do Equador; em lugar de intangibilidade da natureza, nos falam de Pachamama; que, mais que superar o subdesenvolvimento com o desenvolvimento, seja sustentável ou sustentado, propugnam por alternativas ao desenvolvimento, pelo Buen Vivir, pela Vida em Plenitude (Suma Qamaña, Sumak Kawsay); em vez de multiculturalismo nos falam de interculturalidade (Catherine Walsh).
Além dos povos da floresta, Carlos Walter também atuou e escreveu junto aos povos do cerrado (a grande savana brasileira, Figura 4). Carlos atuou especialmente no norte de Minas Gerais, onde se focou sobretudo em agroecologia, no médio rio Araguaia e no sudoeste da Bahia, onde seu principal foco foi a questão da água. Um geógrafo profundamente engajado politicamente, Carlos Walter era um apaixonado nas lutas pela terra que, através da luta, se faz território; se faz um espaço não apenas politicamente controlado, mas também afetivamente apropriado, em toda a diversidade socioambiental dos grupos e/ou classes ali incorporados. Assim, o ativista colombiano Manuel Rozental, do coletivo Pueblos en Camino, em seu tributo póstumo a Carlos Walter, constatou: "Se alguém foi capaz de ser, sendo território, este alguém é Carlos Walter, porque ele entendeu que a geografia é fazer-se com a mãe Terra e merecer ser seu filho".4 Fazendo-nos evocar "o mundo em que caibam muitos mundos" zapatista, o grande líder indígena Ailton Krenak, em sua homenagem, afirmou: "Que brilhe intensamente a estrela desse nosso irmão Carlos Walter. Semeando em matéria para reluzir em memória e afetos de todos que viveram as lutas e sonhos de outras humanidades".5
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Carlos Walter Porto-Gonçalves, geografía como verbo: pasión de la tierra que, por los “de abajo”, se hace territorio
Carlos Walter Porto-Gonçalves, geografía como verbo: pasión de la tierra que, por los "de abajo", se hace territorio
Carlos Walter Porto-Gonçalves, Geography as a Verb: Passion for the Land that, through those "from below", Becomes Territory
El último 6 de setiembre, la geografía brasileña y latinoamericana perdió a uno de sus mayores representantes, el cual puede ser considerado como su mayor geógrafo de acción—o geógrafo activista—, cuya gran pasión fue la lucha por la tierra/territorio junto a los movimientos sociales y a los grupos subordinados. Carlos Walter Porto-Gonçalves nació en una familia obrera en el suburbio de Río de Janeiro en 1944. Era profesor del departamento de Geografía de la Universidad Federal Fluminense desde 1987, y falleció en Florianópolis, donde en los últimos dos años fue profesor visitante en la Universidad Federal de Santa Catarina.
Carlos nos deja un enorme legado, no solamente entre tantos estudiantes que orientó, o por las obras que escribió, sino, especialmente, mediante lo que aprendió y enseñó junto al activismo social, revelado en los [End Page 141]
documentos que ahora le rinden homenaje: los pueblos de la selva, en especial, los extractores de caucho, los pueblos del Cerrado, el Movimiento de los Trabajadores Sin Tierra, la Vía Campesina, el Movimiento de los Pequeños Agricultores, el Movimiento por la Soberanía Popular en la Minería, la Comisión Pastoral de la Tierra, los diversos pueblos indígenas (en los mensajes como el del líder Ailton Krenak), etc. El amplio abanico de su proyección política incluyó también manifestaciones de los ministerios del Medio Ambiente (a través de la ministra Marina Silva) y del Desarrollo Agrario. La periodista boliviana Karen Gil afirma que, a pesar de todos los homenajes y premios que recibió, lo que mejor define a Carlos Walter y "lo llena de orgullo es el hecho de ser hijo de padres trabajadores [padre obrero en una industria de vidrios], que construyeron una vida digna en las calles, como la mayor parte de las personas comunes en Brasil" (Gil, 2017).
Personalmente, Carlos era un colega del departamento con quien compartía los salones de nuestros laboratorios de investigación, teniendo un intercambio frecuente de referencias y conocimientos. De esta forma, fue un gran compañero de diálogo intelectual—en la vida cotidiana académica o en numerosas comisiones y eventos en los que participamos y/o organizamos. Escribimos un libro juntos (Haesbaert & Porto-Gonçalves, 2006) y fue su iniciativa recomendar mi libro O mito da desterritorialização [El mito de la desterritorialización] (Haesbaert, 2004) [End Page 142]
a Enrique Leff, en México, donde fue publicado por Siglo XXI Editores. Más allá de un compañero de geografías y de luchas, Carlos era un gran y afectuoso amigo o, como él decía en los autógrafos que me dedicó en sus libros, un amigo-hermano. Además, en nuestro último encuentro, en julio de 2023, cuando ya estaba debilitado y fui a visitarlo en Florianópolis, él me hizo recordar lo que denominaba "nuestra complementariedad": él, con su aguda intuición y su participación activista, yo, con mi disciplina de lecturas y, en sus palabras, articulador de conceptos. Sin embargo, al final, lo que vamos a recordar siempre con gran nostalgia son los momentos compartidos de gran afecto con él y con su querida compañera Marcia, amor y apoyo imprescindible.
En su Escrito con antecedentes académicos para el concurso de profesor titular, realizado en 2017 (Porto-Gonçalves, 2017b), revela que, de su graduación en la Universidad Federal de Río de Janeiro (1969-1972), guarda recuerdos de la geografía conservadora y descriptiva, con algunas excepciones de "descripciones densas". Rescataba una antropóloga, Luigarde Cavalcanti, con quien mantuvo una larga amistad y que le enseñó "un valor que lo llevaría para el resto de la vida", que "la mayor riqueza de la humanidad es su diversidad y, basado en esto, la necesidad de la crítica al etnocentrismo y al racismo". Con Luigarde, dijo él, "aprendí la importancia de esa lucha, sin renunciar a la crítica y a la superación del capitalismo. Así pude escapar, desde el inicio, del posmodernismo y [End Page 143] del multiculturalismo" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 5)—aunque la influencia de algunos autores de esos enfoques también lo haya estimulado.
Su fuerte vínculo con los profesores de la llamada geografía física se reveló en la atención a los problemas ambientales que marcaron su trayectoria académica. En sus palabras, él era un "geógrafo dedicado a los temas sociales siempre de modo ambientalmente anclado" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 6). Fue becario de iniciación científica en las áreas de geomorfología costera y edafología, con el profesor Valdemar Mendes, comunista, con quien percibió más de cerca la violencia de la dictadura empresarial-militar (como él lo denomina) entonces existente.
Además, para el inicio de su formación crítica, fue impactante la etapa que desempeñó junto al Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE), en 1970, donde conoció a un gran geógrafo, Orlando Valverde, de formación marxista, responsable por haberlo conducido a "la pasión por la Amazonía, por el Brasil y por el problema agrario" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 6) y a la lectura de Karl Kautsky. A partir de ese momento, comienza la aproximación con los grupos de izquierda, clandestinos, durante la dictadura, como la Liga Obrera —1972-1978— que, a pesar de ser pequeña, tendría influencia en las luchas estudiantiles y obreras, los cuales darían origen a la Convergencia Socialista y al Partido de los Trabajadores (PT).
Su papel en la renovación del pensamiento geográfico brasileño, en busca de una geografía crítica de bases marxistas, al final de los años de 1970 y a principio de los años de 1980, fue fundamental, al lado de los geógrafos como Milton Santos (su asesor de maestría) y Ruy Moreira. Se trata de un movimiento que, según él, inicialmente se articuló sin vínculos con lo que ocurría en el contexto europeo o norteamericano; lo que solo sucedería después, especialmente en la interlocución con la obra de Milton Santos, que retornó del exterior y participó en el III Encuentro Nacional de Geógrafos realizado en 1978 en la ciudad de Fortaleza. Era el momento de la "apertura lenta, gradual y segura" del Gobierno militar, en las palabras del entonces presidente general Ernesto Geisel.1 Debe destacarse igualmente la participación de Carlos Walter, incluso como uno de los organizadores en el IV Encuentro Nacional de Geógrafos de 1980, en la Pontificia Universidad Católica de Río de Janeiro (donde continuó como profesor de 1976 a 1987), con un núcleo académico de resistencia a la dictadura. Según él, su "trayectoria intelectual teórico-política" fue "definitivamente marcada por ese territorio abierto que contradictoriamente ha sido la AGB" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 18), la Asociación de Geógrafos Brasileños, de la cual participó en diferentes momentos y fue presidente en 1980 y entre 1998 y 2000.
Otro rasgo de la personalidad intelectual de Carlos Walter fue su aguda intuición y respeto por el conocimiento subalternizado. Su atención para los "de abajo" comenzó temprano. En la descripción detallada que hizo en su escrito de antecedentes académicos sobre un trabajo de campo con su maestro Orlando Valverde, en la Zona de Mata Minera, reveló cómo aprendió a escuchar y respetar otros conocimientos, como el del campesino que, al preguntarle sobre [End Page 144] la extensión de tierra cultivada, respondió utilizando como unidad de medida el litro. A través de Valverde, él descubriría que se trataba del área cultivada con determinada cantidad de litros de semilla utilizados en la siembra.
Buscando siempre la inseparabilidad entre el espacio y el tiempo, Carlos Walter dialogó desde sus inicios con el "geógrafo e historiador"—como él decía (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 8)—Caio Prado Júnior, cuyo libro Formação do Brasil Contemporâneo (Prado Júnior, 1942) sirvió de base para una de las materias que realizó en la licenciatura en geografía. Otro autor importante en su interlocución con la historia fue Edward Thompson (1981), especialmente a través de su concepto de experiencia, que le ayudaría "a superar cierto marxismo estructural-funcionalista que tanto daño haría a la geografía y que subestima la importancia de la experiencia y de la cultura, vistas como superestructura" (Porto-Gonçalves, 2017b, pp. 8-9). Durante su permanencia como profesor en la Pontificia Universidade Católica de Río de Janeiro (PUC-Río), él destaca la influencia del "alumno-profesor" José Augusto Pádua, pionero de la historia ambiental en Brasil y que le presentó la obra del geógrafo Josué de Castro, Geopolítica da Fome (Castro, 1946), reforzando sus lazos con los problemas ambientales y la geografía agraria.
Él dijo que su "apertura a la diversidad cultural" (Porto Gonçalves, 2017b, p. 11) se debe principalmente a las clases de antropología, pero también a las influencias de los geógrafos clásicos como Richard Hartshorne—en su estudio sobre la diferenciación de áreas—y Paul Vidal de la Blache—con sus géneros de vida. Estas múltiples influencias lo llevaron "a prestar más atención al subtítulo "El capital. Crítica de la economía política"—que al título propiamente dicho" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 11). De esta manera, afirmó el hecho de que "El capital" sea más que propiamente un libro de economía política, una contribución a su crítica:
[…] tiene serias implicaciones epistemológicas y políticas, entre otras, la consecuencia de que la lucha para superar el capitalismo no es una lucha para instaurar únicamente otro modo de producción, como si fuese la producción que debiera dirigir todo el proceso de la institución social.
Carlos Walter destaca tres experiencias (y los sitios) donde llevó a cabo su formación como profesional de la geografía con la construcción de un pensamiento propio: su convivencia de más de una década en la PUC-Río, la creación de Investigadores Asociados en Ciencias Sociales (SOCII) (junto a filósofos, sociólogos, politólogos e historiadores) y la experiencia como profesor en la Facultad de Filosofía de Campos, en la antigua zona norteña de caña de azúcar del estado do Río de Janeiro. Pero fueron principalmente las luchas sociales emergentes al final de los años setenta y a inicios de los años ochenta, con elfinal de la dictadura, que en realidad lo estimularon a un pensamiento crítico a través de un marxismo abierto a nuevos interlocutores.
De este modo, con una mirada agudizada para estas luchas, para los "de abajo", él afirma [End Page 145]
que lamentablemente el énfasis en el análisis de la "lógica del capital" dejaba en segundo plano las clases que se forman en la lucha (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 12), además de aquellas contra el capital e, incluso, las "luchas de clase sin clase", en su interlocución con Thompson. De ahí surgió su gran problema, que se dividió a lo largo de los años de 1980: ¿cómo trabajar la geografía y los movimientos sociales? En este campo, sin duda, Carlos Walter fue uno de los pioneros dentro de la geografía brasileña. La continuidad de esta temática a lo largo de su trayectoria de investigación se manifiesta en el grupo de investigación que mantuvo en las últimas décadas, en la Universidad Federal Fluminense, en el Laboratorio de Estudios sobre las [End Page 146] Territorialidades y los Movimientos Sociales (LEMTO, por sus siglas en portugués).
Ante un marxismo funcional-estructuralista y economista, que dominaba la llamada renovación crítica de la geografía brasileña en los años ochenta, Carlos Walter constata que no tenía muchos interlocutores, citando "entre las influencias más positivas" a los geógrafos Regina Sader, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Rogerio Haesbaert y Marcelo Lopes de Souza. De la geografía europea señala "al foucaultiano Claude Raffestin y al marxista italiano Massimo Quaini", junto a la teoría social de Thompson, Cornelius Castoriadis y Pierre Bourdieu, entre los cuales añadiríamos a Edgar Morin. El problema ambiental y estas nuevas perspectivas teóricas están presentes en sus dos libros de la década de 1980, Paixão da Terra—Ensaios Críticos de Ecologia e Geografia (1984) y (Des) Caminhos do Meio Ambiente (1989). Su disertación de la maestría titulada Os Limites do Crescimento: análise do relatório do Clube de Roma, fue sustentada, en 1985, bajo la asesoría de Milton Santos, y realizó una investigación crítica sobre el documento que respaldó la Primera Conferencia de la ONU sobre el Medio Ambiente realizada en Estocolmo, en 1972 (Porto-Gonçalves, 1985). Entre los innumerables trabajos, Carlos Walter escribió otras obras sobre el problema ambiental, como O Desafio Ambiental (2004), y sobre la Amazonía, en especial Amazônia, Amazônias (2001) y Amazônia: Encruzilhada Civilizatória (2017). Por su libro A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização (2006), recibió el prestigioso premio Casa de las Américas en Cuba (Figura 3).
Su compromiso con el movimiento de los extractores de caucho amazónicos en la creación de las reservas extractivas, al final de la década de los ochenta, lo llevó a la investigación que dio origen a su tesis de doctorado, sustentada bajo la asesoría de la geógrafa Lia Machado en la Universidad Federal de Río de Janeiro, en 1998, y que tuvo como resultado la obra que puede ser considerada como la de mayor transcendencia: Geografando: nos Varadouros do Mundo – da territorialidade seringalista (o seringal) à territorialidade seringueira (a reserva extrativista) (Porto-Gonçalves, 2003). Indicado en el propio título—a través del verbo geografiar—es ahí, según el autor, que "la geografía se manifiesta en un tiempo verbal en movimiento" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 20), donde se expone más sistemáticamente la relación entre geografía, conflicto y movimientos sociales. Esta participación tuvo como resultado un fuerte vínculo con el líder cauchero y ambientalista Chico Mendes (asesinado en 1988), "símbolo del ecologismo de la base popular a nivel mundial", como dijo Enrique Leff en el prólogo del libro (Porto-Gonçalves, 2003, p. 7). En esta obra el autor afirma haber superado "la ambigüedad entre el activista y el geógrafo" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 21). La tesis trabaja lo que se denomina la "tensión de territorialidades", especialmente aquella tensión del Estado, desde "arriba", y a los caucheros, desde "abajo". En 2004, Carlos Walter recibió el Premio Chico Mendes en Ciencia y Tecnología del Ministerio del Medio Ambiente brasileño.
Maestro de las palabras, siempre preocupado en explorar sus etimologías y sus ambigüedades, Carlos Walter es reconocido por [End Page 147]
la difusión de términos como "re-existencia" (uno de sus últimos artículos, escrito con Lina Hurtado, lo dedica a este tema [Hurtado & Porto-Gonçalves, 2022]). Para él, re-existir es resistir no solamente para continuar existiendo, sino para reinventarse, existir de otra forma. Con solo resistir, él diría, el protagonista es el otro, al re-existir no va a ser así, la persona misma asume el protagonismo de la acción.
A partir de los años 2000, Carlos Walter destaca otros dos "encuentros" decisivos en la "construcción de una teoría social crítica desde la geografía", con la Comisión Pastoral de la Tierra (CPT) y con el pensamiento descolonial (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 32). Sobre su expresión y asesoría junto a la Comisión Pastoral de la Tierra (CPT), él comenta:
La CPT tiene presencia en todos los estados brasileños y desde el año 1985 reúne lo que hoy puede ser considerado la mayor obtención de datos sobre los conflictos por tierra en el país, con más de 30,000 conflictos registrados. En el año 2003 me invitaron a contribuir en el análisis de los datos consolidados de los conflictos para el Cuaderno de Conflictos en el Campo, publicación anual de la CPT. (…) Desde entonces, hemos venido observando (…) el movimiento contradictorio desigual y combinado de la geografía de la sociedad brasileña, [End Page 148] cuya mejor expresión es el propio conflicto, como la contradicción social en estado práctico, es decir, como la dialéctica abierta.
Finalmente, se debe destacar la actuación y el reconocimiento de la obra de este gran geógrafo en el contexto de las ciencias sociales latinoamericanas, especialmente, a través de su participación en el Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO) y en la interlocución con los miembros del grupo Modernidad/Colonialidad. En este sentido, fue pionero en el enfoque descolonial en la geografía brasileña y el responsable por la presentación de la edición brasileña del libro A Colonialidade do Saber: Eurocentrismo e Ciências Sociais (organizado por Edgardo Lander) y uno de los organizadores del IV Encuentro de la Cátedra América Latina y la Colonialidad del Poder, en 2013, en Río de Janeiro, con la presencia de Aníbal Quijano, Catherine Walsh, Edgardo Lander, Alberto Acosta entre otros. A través de la perspectiva descolonial y su lucha contra la explotación de clase, el patriarcado y el racismo, Carlos Walter reconoce buscar "otro léxico teórico-político" que:
[…] más que del Estado nacional, habla de la plurinacionalidad; que, más que la dominación de la naturaleza, nos propone la naturaleza como portadora de derechos, como los movimientos sociales logran entrar en las Cartas Magnas de Bolivia y de Ecuador; en lugar de la intangibilidad de la naturaleza, nos hablan de la Pachamama; que, más que superar el subdesarrollo con el desarrollo, sea sostenible o sustentable, propugnan por alternativas al desarrollo, por el Buen Vivir, por la Vida en Plenitud (Suma Qamaña, Sumak Kawsay); en vez del multiculturalismo nos hablan de la interculturalidad (Catherine Walsh).
Además de los pueblos de la selva, Carlos Walter también actuó y escribió junto a los pueblos del Cerrado, la grande sabana brasileña, especialmente en el norte de Minas Gerais (agroecología), parte media del río Araguaia y sudoeste de Bahía (con problemas de agua). Carlos Walter, geógrafo profundamente comprometido en la política, era un apasionado en las luchas por la tierra que, a través de estas, se hace el territorio, un espacio no solamente controlado políticamente, sino que también efectivamente adecuado, en toda la diversidad socioambiental de los grupos y/o clases ahí integrados. De esta forma, el activista colombiano Manuel Rozental, del colectivo Pueblos en Camino, en su tributo póstumo a Carlos Walter, observó: "Si alguien fue capaz de ser, siendo territorio, este alguien es Carlos Walter, porque él entendió que la geografía es hacerse con la madre tierra y merecer ser su hijo" (traducción del español por el autor).2 Nos hace evocar "el mundo en que encajaban muchos mundos" zapatista, el gran líder indígena Ailton Krenak, en su homenaje, afirmó: "Que brille intensamente la estrella de nuestro hermano Carlos Walter. Sembrando en artículos para brillar en la memoria y afectos de todos que vivieron las luchas y sueños de otros seres humanos".3 [End Page 149]
Programa de Pós-Graduação em Geografia, Núcleo de Estudos Território e Resistência na Globalização, Universidade Federal Flumnense. Av. Gal. Milton Tavares de Souza, s/nº, Campus da Praia Vermelha, Boa Viagem, Niterói/Rio de janeiro, Brasil – 24210-346. Correio eletrônico: rogergeo@uol.com.br.
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Programa de Pós-Graduação em Geografia, Núcleo de Estudos Território e Resistência na Globalização, Universidade Federal Flumnense. Rua Álvaro Ramos, 105 ap. 1102, Botafogo, 22.280-110, Rio de Janeiro, Brasil. Correio eletrônico: rogergeo@uol.com.br.
notas
1. Sobre el tema, véase por ejemplo, https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/04/abertura-lenta-gradual-e-segura-do-ai-5-a-lei-de-seguranca-nacional.shtml (revisado el 10.09.2023).
2. En mensaje personal enviado a familiares y amigos.
3. En mensaje personal enviado a familiares y amigos.
referencias
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Carlos Walter Porto-Gonçalves, Geography as a Verb: Passion for the Land that, through those "from below", Becomes Territory
Carlos Walter Porto-Gonçalves, Geography as a Verb: Passion for the Land that, Through Those "From Below", Becomes Territory
Carlos Walter Porto-Gonçalves, geografia como verbo: Paixão da terra que, pelos "de baixo", se faz território
On september 6, 2023, brazilian and Latin American geography lost one of their most important people, Carlos Walter Porto-Gonçalves. He was considered one of the greatest activist geographers in the region, whose greatest passion was the fight alongside social movements for the right to land and territory of many oppressed groups. Born in 1944 to a working class family from the outskirts of Rio de Janeiro, Porto-Gonçalves became a professor in the Department of Geography at the Universidade Federal Fluminense and died in Florianópolis, where he had been a visiting professor at the Universidade Federal de Santa Catarina for the previous two years.
Porto-Gonçalves leaves behind an enormous legacy, not only with the many students he taught and through the books he wrote, but perhaps most significantly through what [End Page 152]
he learned and taught through his social activism. This can be clearly seen in the tributes paid to him from the many social movements and individuals who admired him: the peoples of the rain forest (especially the rubber tappers), the peoples of the Brazilian Cerrado, the Landless Rural Workers Movement, La Via Campesina, the Smallholder Farmers Movement, the Movement for Popular Sovereignty in Mining, and the Pastoral Land Commission, as well as many Indigenous peoples (including a tribute from the Indigenous leader Ailton Krenak). The wide range of his political activities also included endorsements by the Brazilian Ministries of the Environment (Minister Marina Silva) and Agrarian Development. The Bolivian journalist Karen Gil (2017) stated that, despite all the tributes and prizes he received, what defines PortoGonçalves best and "fills him with pride is the fact that he was the son of working class people, allowing him to build a respectable life in the streets, as did the majority of ordinary people in Brazil."
On a personal note, Porto-Gonçalves was a department colleague with whom I shared space in our research labs and engaged in a constant exchange of knowledge and ideas. As such, he was a formidable partner in intellectual dialogue, both in our day-to-day in academia and in the many defense committees and events that we attended or organized. We wrote a book together (Haesbaert & Porto-Gonçalves, 2006), and it was he who took the initiative to recommend my book, [End Page 153]
O Mito da Desterritorialização [The Myth of Deterritorialisation] (Haesbaert, 2004), to Enrique Leff in Mexico, where it was published by Siglo XXI.
Yet, much more than a partner in geography and in social struggles, Carlos was a great and affectionate friend, or, as he used to say in person or in the dedications he wrote for me in his books, a brother-friend. The last time we saw each other, in July 2023, when I went to visit him in an already frail state in Florianópolis, he insisted on reminding me of what he liked to call our complementarity: he with his sharp intuition and keen activism, and I with my research and reading, or, in his words, an "articulator of concepts." However, what I will always cherish and remember with fondness are the warm moments of friendship and affection, shared with him and with his partner, Marcia, who gave him such vital support and much love.
In his personal statement in support of his application for full professor at the Universidade Federal Fluminense in 2017, he confessed that from his undergraduate studies at the Universidade Federal do Rio de Janeiro (1969–1972), he remembered a geography that was conservative and descriptive, except for a few thick descriptions. An exception was the anthropologist Luitgarde Cavalcanti, with whom he had a longstanding friendship and who taught him "a value I would carry with me throughout my whole life": that "humanity's greatest asset lies in its diversity, and based on this, the necessity to denounce ethnocentrism and racism." [End Page 154] Through Cavalcanti, he said, "I learned the importance of this struggle without renouncing the critique and the overcoming of capitalism. This way, I was able to escape post-modernism and multiculturalism from the start" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 5). He was also influenced by some authors following these approaches.
His strong ties with scholars of physical geography could be seen in the prominence with which environmental issues figured in his academic trajectory. In his own words, he was "a geographer dedicated to social themes in an environmentally anchored manner" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 6). He obtained scientific initiation scholarships in the areas of coastal geomorphology and soil science, working alongside Professor Valdemar Mendes, a communist with whom he started to see the violence caused by the corporate-military dictatorship (a term he coined)—the political system in place at the time.
Another significant stage in the formation of his critical views was his time as an intern at the Brazilian Institute of Geography and Statistics in 1970. There he met acclaimed geographer Orlando Valverde, a Marxist credited with instilling in Porto-Gonçalves "a deep love for the Amazon, for Brazil, and for the agrarian issue" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 6), and who introduced him to the works of Karl Kautsky. From then on, he become involved with many clandestine left-wing groups, such as the Left Workers' League (Liga Operária, 1972–1978), a small but seminal organization that had a significant influence on students' and workers' movements during the military dictatorship and that gave origin to the Socialist Convergence and the current Workers' Party.
Together with geographers such as Milton Santos (who supervised his master's thesis) and Ruy Moreira, Porto-Gonçalves played a fundamental role in renewing and reshaping Brazilian geographical thought in the late 1970s and early 1980s toward a more critical geography with a Marxist base. It was a movement that, according to him, developed without any connection to what was happening in geographical thought in Europe or the United States. This would occur much later, especially in the dialogue he initiated with Santos, who had returned from exile and participated in the III National Meeting of Geographers in Fortaleza in 1978. At the time, Brazil was going through a moment of "gradual, slow and safe" transition out of the military dictatorship, in the words of Ernesto Geisel, the military president between 1974 and 1979 (Lewandowski, 2021).1
Another significant moment was his role as one of the organizers of the IV National Meeting of Geographers in 1980, which took place at the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro (PUC-Rio) (where he lectured from 1976 to 1987) and involved many from the anti-dictatorship academic movement. According to Porto-Gonçalves, his "intellectual, theoretical and political trajectory" was "most definitely marked by this open territory that the Brazilian Geographers' Association had contradictorily become" (Porto-Gonçalves, 2017b, p.18). Porto-Gonçalves was later president of the organization in 1980 and between 1998 and 2000. [End Page 155]
Another indicator of Porto-Gonçalves's intellectual personality was his acute intuition and profound respect for subaltern knowledge. His preoccupation with those "from below" started early in his career. In the detailed description about the work he carried out with Orlando Valverde in the Zona da Mata region in Minas Gerais, which he included in his memorial, PortoGonçalves revealed how he learned to listen to and respect different knowledge, such as the know-how of a peasant who, when asked about the extent of the land he cultivated, responded with a measure in liters rather than kilometers. Porto-Gonçalves found out later from Valverde that the workers measured the cultivated area using one liter of seeds as the unit of measurement.
Always in search of the inseparability of space and time, Porto-Gonçalves initiated an early dialogue with Caio Prado Júnior,2 whom he called a "historian and geographer stuntman" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 8), and whose book Formação do Brasil Contemporâneo (1942, translated into English in 1967 as The Colonial Background of Brazil) provided the basis for one of his undergraduate courses in geography.
Another important author in this dialogue with history was Edward Thompson (1981), especially when it came to Thompson's concept of experience, which would help Porto-Gonçalves "overcome functional-structural Marxism, which would cause so much damage to geography as it underestimates the importance of culture and experience and sees these as superstructure" (Porto-Gonçalves, 2017b, pp. 8-9). During his lectureship at PUC-Rio he highlighted the influence of his "student-teacher," José Augusto Pádua, a pioneer in environmental history in Brazil. Pádua introduced PortoGonçalves to the geographer Josué de Castro, the author of Geografia da Fome [Geography of Hunger] (Castro, 1946) and Geopolítica da Fome [Geopolitics of Hunger] (Castro, 1951), further strengthening his devotion to environmental issues and agrarian geography.
For Porto-Gonçalves, "opening up to cultural diversity" (Porto Gonçalves, 2017b, p. 11) happened mainly in his anthropology lessons, but also thanks to the influence of classic geographers, such as Richard Hartshorne and his studies on areal differentiation, and Paul Vidal de la Blache and his genre de vie. Both these theories drove him to "pay more attention to the subtitle of Marx's Capital—a Critique of Political Economy—than the title itself" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 11). In this way, he viewed Capital as primarily a book on political economy, which contributed to his criticism:
[I]t has serious epistemological and political implications, among others, that the struggle to overcome capitalism is not a fight to simply install a different mode of production, as if production was the sole motivator to command the complete process of social instauration.
(Porto-Gonçalves, 2017b, p. 12)
Porto-Gonçalves pointed out three moments (and spaces) where his experience as a professional in geography developing critical thought took place: his lectureship of more than a decade at PUC-Rio, the creation [End Page 156]
(together with philosophers, sociologists, political scientists and historians) of Associate Researchers in Social Sciences, and his experience as a lecturer at the Philosophy College in Campos, located in the traditional sugarcane industrial zone in the northern part of the state of Rio de Janeiro. However, above all, it was the social struggles at the end of the 1970s and beginning of the 1980s, during the last years of the military dictatorship, that spurred him toward critical thinking through a Marxism that was open to new interlocutors.
Thus, with a sharp vision of these struggles and of "those from below," he admitted that unfortunately the emphasis on the analysis of the "logic of capital" left "the classes that developed during these struggles" in the [End Page 157] background (Porto-Gonçalves, 2017b, p.12), in struggles beyond those against capitalism, or even "classless class struggles," in his dialogue with Edward Thompson. From this emerged one of the main questions of his career that unfolded throughout the 1980s: how to combine geography with social movements. In this field, Porto-Gonçalves was, without a shadow of a doubt, the pioneer in Brazilian geography. The continuation of this theme throughout his trajectory of work is revealed in the research group he led in the past few decades at the Universidade Federal Fluminense, the Territoriality and Social Movements Studies Lab.
Facing the structural-functional Marxism based on economics that dominated the so-called critical renewal of Brazilian geography in the 1980s, Porto-Gonçalves affirmed that there weren't many thinkers aligned with his views and cited among the most positive influences the geographers Regina Sader, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Rogério Haesbaert, and Marcelo Lopes de Souza. From European geography he highlighted the Foucauldian Claude Raffestin and Italian Marxist Massimo Quaini, in combination with Thompson's social theory, Cornelius Castoriadis, and Pierre Bourdieu, to whom we can add Edgar Morin. Environmental issues and these new theoretical perspectives are present in two of his books from the 1980s, Paixão da Terra: Ensaios Críticos de Ecologia e Geografia [Passion for the Earth: Critical Essays on Ecology and Geography] (1984) and (Des)Caminhos do Meio Ambiente [The (Non)Pathways of the Environment] (1989). He defended his master's thesis, titled The Limitations of Limiting Growth: An Analysis of the Club of Rome Report, under the supervision of Santos in 1985. It was a critical investigation of the document that underpinned the first UN Environmental Conference that took place in Stockholm in 1972 (Porto Gonçalves, 1985).
Many of his books dealt with environmental issues, such as O Desafio Ambiental [The Environmental Challenge] (2004) and the Amazon, in particular Amazônia, Amazônias [Amazonia, Amazonias] (2001) and Amazônia: Encruzilhada Civilizatória [Amazon: Crossroads of Civilization] (2017). In 2006, he was awarded the prestigious Casa de las Américas award in Cuba for his book A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização [The Globalization of Nature and the Nature of Globalization] (2006).
His involvement with the organization of Amazonian rubber tappers, who were fighting for the demarcation of their extractivist areas in the late 1980s, led him to a research project that culminated in his doctoral thesis, defended under the guidance of geographer Lia Machado, from the Universidade Federal do Rio de Janeiro in 1998. Geografando: nos Varadouros do Mundo—da territorialidade seringalista (o seringal) à territorialidade seringueira (a reserva extrativista) [Geo-graphing in the Clearings of the World—From the territoriality of the rubber tappers (the rubber areas) to the rubber tapping territoriality (the extractivist reserve)] (Porto-Gonçalves, 2003) is arguably one of his most inspiring works. Evident from the title itself, through the newly coined verb "to geo-graph," "geography is transformed into a verb tense with movement" (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 20), overtly exposing the systematic relationship [End Page 158]
between geography, conflict, and social movements. This engagement forged a strong bond with rubber tapper trade union leader and environmentalist Chico Mendes (assassinated in 1988), a "symbol of grassroots environmentalism all around the world," as stated by Enrique Leff in the book's preface (Porto Gonçalves, 2003, p. 7). In this work, Porto-Gonçalves affirmed he had overcome the ambiguity between activist and geographer. The thesis deals with what he called tensions of territoriality, especially those between the state (the ones from above) and the rubber tappers(the ones from below). In 2004, Porto-Gonçalves received the Chico Mendes Award in Science and Technology from the Brazilian Ministry of Environment.
Always the wordsmith, Porto-Gonçalves often explored etymologies and language ambiguities, and is known for the dissemination of terms such as r-existence3 (a neologism that is an amalgamation of re-exist and resist), which was the focus of one of his last articles, written with Lina Hurtado (Hurtado & Porto Gonçalves, 2022). For him, re-exist is to resist not just to continue to exist, but also to reinvent oneself and exist in a different way. He said that to simply resist, the protagonist is the other, whereas to r-exist, one can take control of the action and become the protagonist.
From the 2000s, Porto-Gonçalves highlighted two events that were seminal in the "construction of a critical social theory of [End Page 159] geography": the work he did with the Pastoral Land Commission (CPT) and the decolonial turn in his work (Porto-Gonçalves, 2017b, p. 32). Regarding his role in his work as a consultant for the CPT, he said:
CPT is present in all Brazilian states and since 1985 has gathered what today can be considered the biggest data archive of all land conflicts in the country, with over 30,000 conflicts registered. In 2003, I was invited to contribute in the analysis of these data for the Caderno de Conflitos do Campo (The Journal of Rural Conflicts), an annual publication of CPT. [… E]ver since then, we have continued observing […] the contradictory, unequal and connected movement of geography in Brazilian society, whose greatest expression is the conflict itself as a social contradiction in a practical state, in other words, it is open dialectics.
(Porto-Gonçalves, 2017b, p. 33)
A final significant point to mention is the recognition of the body of work of this great geographer in the context of Latin American social sciences, especially through his participation in the Latin American Council of Social Sciences and in his dialogue with members of the group Modernity/Coloniality. In this respect, he was a pioneer in the decolonizing approach in Brazilian geography and was responsible for the introduction of the Brazilian edition of the book La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales: perspectivas latinoamericanas (Lander, 2005), as well as being one of the organizers of the Fourth Conference of the Latin American Cathedra and Coloniality of Power, in Rio de Janeiro in 2013, which was attended by Aníbal Quijano, Catherine Walsh, Edgardo Lander, and Alberto Acosta, among others. From the decolonial perspective and his struggle against class exploitation, patriarchalism, and racism, Porto-Gonçalves recognized that he was in search of a different theoretical and political lexicon, which:
[S]peaks of plurinationality rather than a national State; that rather than dominance of nature proposes that nature is a carrier of rights, much like the social movements that succeeded in achieving that in the Magna Cartas of Bolivia and Ecuador; instead of promoting discourses on nature's intangibility, they tell us about Pachamama; that more than looking to replace under-development with development, be it sustainable or sustained, advocate alternatives to development, through Buen Vivir (living well), and life in its fullness (Suma Qamaña, Sumac Kawsay); and that instead of multiculturalism, tells us about interculturality (Catherine Walsh).
(Porto-Gonçalves, 2017b, p. 37)
Besides working with the forest peoples, Porto-Gonçalves also engaged with and wrote about the people of the Cerrado, the immense Brazilian savanna, especially in the north of Minas Gerais (projects in agroecology) and those who lived in the middle section of the Araguaia River and southwest Bahia (water issues). As an intensely political geographer, Porto-Gonçalves was passionate [End Page 160] about land struggles, since through these conflict territories were created spaces that were not only politically controlled but also affectively appropriated, reflecting the entire social and environmental diversity of the groups and/or classes represented there. In this sense the Colombian activist Manuel Rozental, from the Pueblos en Camino collective, states in his posthumous tribute to Porto-Gonçalves: "If there were a person capable of becoming territory, it is Carlos Walter, because he understood that geography is about being with Mother Earth and deserves to be its child."4 Alluding to the saying "a world in which many worlds can exist" by the Zapatista movement, the great Indigenous leader Ailton Kranak said, "May the star of our brother Carlos Walter shine brightly. May he glow in the memory and affection of all who lived the struggles and dreams of other types of humanity."5
Programa de Pós-Graduação em Geografia, Núcleo de Estudos Território e Resistência na Globalização, Universidade Federal Flumnense. Av. Gal. Milton Tavares de Souza, s/nº, Campus da Praia Vermelha, Boa Viagem, Niterói/Rio de janeiro, Brasil – 24210-346. Correio eletrônico: rogergeo@uol.com.br.
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notes
1. For more information, see https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/04/abertura-lenta-gradual-e-segura-do-ai-5-a-lei-de-seguranca-nacional.shtml
2. Caio Prado Júnior was one of the most influential Brazilian intellectuals, known for his extensive historiographical work, but who also had a solid background in geography, having been one of the founders (in 1934) of the Association of Brazilian Geographers.
3. One of his latest articles (Hurtado & Porto-Gonçalves, 2022), written with Lina Hurtado, is dedicated to the theme of "re-existence."
4. Personal message sent to friends and family.
5. Personal message sent to friends and family.
references
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notas
1. Sobre o tema, ver, por exemplo, https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/04/abertura-lenta-gradual-e-segura-do-ai-5-a-lei-de-seguranca-nacional.shtml (acessado em 10 de setembro de 2023)
2. Caio Prado Júnior foi um dos mais influentes intelectuais brasileiros, conhecido por sua ampla obra historiográfica, mas que também teve sólida formação em geografia, tendo sido um dos fundadores da Associação de Geógrafos Brasileiros, em 1934.
3. Um de seus últimos artigos (Hurtado e Porto-Gonçalves, 2022), escrito com Lina Hurtado, é dedicado ao tema da "re-existência".
4. Em mensagem pessoal enviada a familiares e amigxs.
5. Em mensagem pessoal enviada a familiares e amigxs.