Abstract

Abstract:

Brazilian police and security personnel are generally known for their embrace of conservative, hardline positions on crime and on politics more generally. In this article, however, we seek to bring a fine-grained ethnographic perspective to bear on understanding the formation of conservative subjectivities in Rio de Janeiro and São Paulo’s security arena in the Bolsonaro era. Departing from traditional studies of police and state centered actors that have long dominated the literature on state violence in Brazil, we focus on the private guards working for Brazilian and multinational companies that are part of a recent boom in the commodification of security. We argue that in the past several years, the industry trains guards to become racialized security subjects through the elaboration of an aspirational identity that our interlocutors referred to as the “profissional de segurança.” Drawing on long term ethnographic research, we demonstrate how guards were trained to think about their labor through a series of masculine, moral registers which contrast righteous work and being a “cidadão de bem” with a reimagined threat—the vagabundo. A better understanding of these discourses and their circulation is key to unpacking how nascent security identities found resonance in Bolsonaro’s discourses.

A polícia e o pessoal da segurança brasileiros são geralmente conhecidos por adotarem posições conservadoras e de linha-dura contra o crime e contra políticas sociais. Neste artigo, porém, buscamos trazer uma perspectiva etnográfica fina para compreender a formação de subjetividades conservadoras na arena da segurança carioca e paulista durante a era Bolsonaro. Partindo de estudos tradicionais sobre policiais e atores centrados no Estado, e que há muito dominam a literatura sobre violência estatal no Brasil, focamos o caso dos vigilantes e seguranças que trabalham para empresas brasileiras e multinacionais e que são parte do recente boom de mercantilização da segurança. Argumentamos que, nos últimos anos, a indústria treina e socializa no trabalho estes seguranças para se tornarem sujeitos de segurança racializados por meio da elaboração de uma identidade aspiracional que tem sido chamada de “profissional de segurança.” Com base em pesquisas etnográficas de longo prazo, no Rio de Janeiro e em São Paulo, demonstramos como estes profissionais pensam e falam sobre seu trabalho por meio de uma série de registros morais masculinos que contrastam trabalho justo e ser um “cidadão de bem” com uma ameaça reimaginada—o vagabundo. Uma melhor compreensão desses discursos e sua circulação é fundamental para desvendar como as identidades de segurança nascentes encontraram ressonância nos discursos de Bolsonaro.

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