Abstract

Resumo:

Este artigo apresenta e discute a ciberliteratura produzida em Portugal desde os anos 1960, tendo como foco os diálogos e as metamorfoses em que se movimenta a invenção experimentalista. Embora a aventura pioneira de Pedro Barbosa, no final dos anos 1970, marque o início da utilização de algoritmos textuais que resultaram em experiências cibernéticas para síntese automática de poemas e aforismos, merece atenção crítica a forma como outros poetas portugueses, antes de Barbosa, transpuseram processos combinatórios e aleatórios para a realização de textos não computacionais, como é o caso de Herberto Helder, E. M. de Melo e Castro, Ana Hatherly e José-Alberto Marques. A ciberliteratura surge assim como resultado de diálogos, e as suas vozes comunicantes inscrevem a textualidade electrónica no âmbito da metamorfose devido às releituras e simulações que operacionalizam. Entretanto, já no século XXI, esses poemas maquínicos foram retextualizados para ambiente web. Informados por esses processos pioneiros e pela sua remistura, novos terrenos da textualidade digital são hoje explorados, a partir de uma atitude multimodal, interativa e em rede. Por essa razão, este artigo terminará com um olhar voltado para o futuro, apresentando obras de Antero de Alda, Rui Torres e Diogo Marques.

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