Abstract

Abstract:

Este artigo realiza uma discussão em torno da denominação da cor dos sujeitos históricos e suas variantes possíveis, numa sociedade escravista colonial do século XVIII. Aqui retomamos as discussões em torno do uso do termo pardo, enfatizando as especificidades da capitania de Pernambuco e a constante troca de cor dos sujeitos. A cor, na verdade, era parte integrante da qualidade de um indivíduo. Partimos do princípio que a qualidade englobava, em seu amplo significado, diversos elementos como a condição, religião, ocupação profissional e a própria cor do sujeito que, por sua vez também não se resumia apenas a sua tez, mas aglutinava elementos sociais e econômicos. A qualidade era uma espécie de "guarda-chuva" que servia para qualificar ou desqualifi-car os sujeitos. Enquanto a condição estava relacionada à situação jurídica do sujeito, podendo ser livre, forro ou escravo. Em suma, o presente artigo vem mostrar que a classificação por cor, no espaço colonial pernambucano, era dinâmica e mudava a cada instante dependendo da situação em que se encontravam os indivíduos. Era nesse ponto em que as redes de sociabilidades e a elevação do poder econômico entravam em ação, possibilitando essa troca.

Abstract:

This article discusses color terms and variants used to refer to subjects in an eighteenth-century colonial slave society. Here we return to discussions about the use of the term "pardo" (brown), emphasizing the specificities of the captaincy of Pernambuco and the constant changes in the color terms used in relation to individuals. Color, in fact, was an integral part of an individual's identity. We start from the assumption that identity encompassed, in a broad sense, elements such as their social class, religion, occupation, and the subject's own color, which, in turn, was not only a matter of complexion but also social and economic elements. Their racial identity was a kind of umbrella term that served to qualify or disqualify the subjects, whereas their social condition was related to the legal situation of the subject, being free or enslaved. In short, the present article shows that color classification in the colonial space of Pernambuco was dynamic and changed over time depending on the individuals' situations. This is where networks of sociability and economic power come into play and enable these changes in color terms.

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