Abstract

Abstract:

In the 2009 film Os inquilinos, Sérgio Bianchi offers an intriguing portrayal of the spatial practices of a working-class family in the periphery of São Paulo. In the film, the daily lives of Valter, Iara, and their children are interrupted by the new tenants who move in next door, a forced encounter with the social "other" perceived as a violent incursion within a "good" neighborhood of working families. This narrative guides Bianchi's critique of the spectacle of violence proliferated by the media and its relationship with real, everyday interactions with and within urban space. In dialogue with theoretical discussions on material and imagined spatial practices by such authors as Henri Lefebvre and Giuliana Bruno, as well as work on fear, exclusion, and filmic representation in São Paulo by such critics as Teresa Caldeira and Lúcia Nagib, in this essay I examine the ways that Os inquilinos explores urban imaginaries and lived spatial practices in the city. I argue that the film's presentation of everyday life in peripheral urban communities through the aesthetic of a "suspense thriller" offers a perspective that departs from the mainstream trend of depicting the spectacle of violence in Brazil through a social-realist cinematic tone. Instead, Bianchi creates a filmic frame that forces spectators to recognize our own contributions to the reproduction of spatial fear, the consumption of violence, and the aestheticization of social inequality that has dominated recent Brazilian cinema.

Resumo:

No filme Os inquilinos (2009), Sérgio Bianchi oferece uma representação intrigante das práticas espaciais de uma "boa família" na periferia de São Paulo. A vida cotidiana de Valter, Iara e seus filhos é interrompida com a chegada dos novos inquilinos na casa do lado, um encontro forçado com o "outro" social percebido como uma incursão violenta no bairro de "boas famílias." Essa narrativa guia a crítica feita por Bianchi sobre o espetáculo da violência espalhado pela mídia e a sua relação com as interações cotidianas dentro do espaço urbano material. Com base nas perspectivas teóricas sobre as práticas espaciais desenvolvidas por autores como Henri Lefebvre e Giuliana Bruno, além do trabalho sobre o medo, a exclusão e a representação cinemática em São Paulo de estudiosas como Teresa Caldeira e Lúcia Nagib, o presente trabalho examina as maneiras em que Os inquilinos explora os imaginários urbanos e as práticas espaciais na cidade. Argumenta-se que a representação da vida cotidiana em comunidades periféricas através da estética de um filme de suspense psicológico oferece uma perspectiva que ultrapassa a estética já convencional de representar o espetáculo da violência no Brasil através de um tom cinemático de realismo social. Em vez de repetir este discurso problemático, Bianchi cria um quadro fílmico que obriga os espectadores a reconhecerem a sua própria contribuição à reprodução do medo espacial, do consumo da violência e da estetização da desigualdade social no cinema brasileiro recente.

Share