Abstract

abstract:

In 2004, Brazilian soybean cooperatives in Rio Grande do Sul state and the Chinese state-owned agroindustrial commodity trading company Chinatex orchestrated the first direct soybean shipments between both countries. By that moment, China had flipped from a net soybean exporter in the previous decade to the world's leading importer of this commodity, and Brazilian exports were mushrooming to attend this demand. However, powerful trading corporations from the US and western Europe dominated this international trade. Thus, the attempt to establish direct shipments between Brazilian producers to China was integral to efforts by agribusinesses in these emerging economies to wrest control over the profits and flows of this burgeoning and strategic sector. However, this first partnership for direct soybean trade became embroiled in a convoluted crisis involving the legalization of transgenic soybeans in Brazil, widespread contamination of shipments with pesticide-covered seeds, record volatility in soybean prices, and the ensuing collapse and foreign take-over of the Chinese soybean trade and processing industry—dubbed the "Battle of the Beans" in Chinese media. Drawing on extended interviews with the key protagonists of this decisive moment in the restructuring of international agribusiness markets, I describe how direct Brazil-China soybean trade was spectacularly stillborn, consolidating the oligopoly of agribusiness trading companies from the Global North over international soybean markets for another decade. I argue this particular moment was one of the most important events in the construction of the new geography of Brazil-China relations, and we can only understand how its specific convergences and divergences emerged through grounded, transnational, and ethno-graphically-nuanced analysis. Thus, my investigation provides unprecedented insight into the political and economic conjuncture in which South-South cooperation is pursued between China and its largest commercial partner in Latin America, even while it reproduces agroindustrial production and trade relations that benefit transnational elites at the expense of the majority of peasants, workers, and the environment in both China and Latin America.

resumen:

Em 2004, cooperativas brasileiras de soja no estado do Rio Grande do Sul e a empresa estatal chinesa Chinatex de comércio agrícola estabeleceram as primeiras remessas diretas de soja entre os dois países. Naquele momento, a China se transformava de exportadora líquida de soja durante a década anterior para a principal importadora deste produto, e exportações brasileiras cresciam para atender essa demanda. No entanto, poderosas empresas dos Estados Unidos e da Europa Ocidental dominavam esse comércio internacional. Assim, a tentativa de estabelecer embarques diretos de produtores brasileiros para a China era parte central de esforços dos agronegócios dessas economias emergentes para assumir controle sobre os lucros e fluxos desse setor emergente e estratégico. No entanto, esta primeira parceria para o comércio direto de soja se desmontou com uma crise complicada envolvendo a legalização da soja transgênica no Brasil, a contaminação generalizada de remessas com sementes cobertas de pesticidas, volatilidade recorde nos preços da soja, e o colapso e estrangeirização da indústria chinesa de soja - apelidado de "Batalha dos Feijões" na mídia chinesa. Com base em extensas entrevistas com os principais protagonistas deste momento decisivo na reestruturação dos mercados internacionais do agronegócio, descrevo como o comércio direto de soja entre o Brazil e a China foi espetacularmente natimorto, consolidando o oligopólio das empresas comerciais do agronegócio do Norte Global sobre os mercados internacionais de soja por mais uma década. Argumento que este momento específico foi um dos eventos mais importantes na construção da nova geografia das relações Sino-Brasileiras, e só podemos compreender como essas convergências e divergências surgiram através de análises fundamentadas em análises materiais, transnacionais e etnográficas. Desta forma, minha investigação fornece uma análise sem precedentes da conjuntura política e econômica na qual a coop-eração Sul-Sul é construida entre a China e seu maior parceiro comercial na América Latina, mesmo enquanto reproduz relações agroindustriais e comerciais que beneficiam elites transnacionais à custa da maioria dos camponeses, trabalhadores e meio ambiente tanto na China como na América Latina.

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