Abstract

De 1872 a 1874 José Maria Eça de Queiroz foi cônsul português em Havana, Cuba, onde defendeu tanto os cules chineses explorados quanto os escravos africanos. O fato destes trabalhadores, contratados por um termo de oito anos, partirem oficialmente para Cuba da colônia portuguesa de Macau tornava-os súbditos portugueses que podiam reclamar os seus direitos civis perante os colonos e as autoridades espanholas da ilha. Eça de Queiroz valeu-se deste argumento para tentar melhorar as condições laborais destes imigrantes, tentando ao mesmo tempo abolir a sua importação. Mas, embora este episódio do famoso romancista tenha sido repetidamente comentado e divulgado em análises da sua vida e obra, tais estudos apresentam poucos detalhes conclusivos. O propósito deste ensaio é detalhar as origens e circunstâncias deste detestável tráfico humano, e o papel de Eça de Queiroz em pôr fim a ele.

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