Abstract

Este trabalho sugere uma lente nova para examinar A maçã no escuro, como uma crítica pós-estrutural e pós-colonial dos processos ocidentais de conhecimento e de controle. O protagonista Martim foge da cidade e da sociedade, embarcando numa aventura num platô despovoado e depois numa fazenda, e este trabalho analisa o romance como variação das narrativas tradicionais de descobertas. A maçã no escuro apresenta os seus esforços de compreender e de redefinir a si mesmo e o seu mundo, o qual ele percebe ao começo como tabula rasa que ele pode inventar e construir como desejar. Os seus encontros com os habitantes do campo também apresentam sinais de violência e dominação. Mais tarde, porém, Martim começa a explorar a possibilidade de resistir aos modelos racionalistas e aos métodos violentos da sua sociedade, passando a buscar maneiras de comunicar-se com o seu novo ambiente e seus residentes sem opressão.

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