Abstract

Esse artigo explora algumas questões contenciosas e ainda não resolvidas que acompanham a articulação pública de uma identidade etno-racial de um grupo de quilombolas em uma pequena comunidade no sertão do Nordeste brasileiro. O discurso público transmite a noção de união cultural entre os moradores das áreas rurais e a ausência de experiências racialmente ou culturalmente diferenciadas. O aumento de visibilidade de uma identidade quilombola, etno-racial e separada, como uma linguagem para organizar e expressar a vida social, política, cultural e especial, está desafiando esta perspectiva através da articulação de disparidades de classe entrelaçadas com cor, racismo e discriminação. O artigo discute como a categoria social e jurídica "remanescente de quilombo" é conceituada e discutida, analisando o impacto das políticas quilombolas (reinvidicações étnicas à terra como uma estratégia de reforma agrária) em uma região marcada por desigualidades persistentes na distribuição de terra e concentração de renda. Embora várias pessoas expressem as limitações desta identidade "quilombola," ela fornece um roteiro político direcionado para um futuro menos injusto.

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