Abstract

Este artigo investiga a identificação nacional da elite brasileira dentro do contexto intra-latinoamericano até hoje pouco explorado. Durante o último terço do século dezenove, figuras-chave do estado tanto como das letras no Brasil começaram a se interessar seriamente - de fato mais do que se tem normalmente admitido - pelos seus vizinhos. O crescente reconhecimento dos avanços hispanoamericanos permitiu o aparecimento de novos juízos de valor positivos junto aos velhos juízos negativos, o qual teve como efeito por sua vez tanto uma identificação otimista como uma identificação pessimista. Estas tendências interligadas e a largo prazo atingiram o seu momento crítico com a abolição da escravatura em 1888 e a queda da monarquia em 1889, os dois pilares da singularidade brasileira no subcontinente. A partir destes eventos importantes interpretes do Brasil começaram a se perceber como formando parte de uma Latino-América bifacial, ligada tanto à ordem e progresso no modelo da Europa e dos Estados Unidos quanto ao caudillismo autóctono.

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