Abstract

Este ensaio coloca o Ultimatum de Álvaro de Campos, publicado em Novembro 1917 no primeiro e único número de Portugal Futurista, dentro do contexto histórico-literário do Ultimatum inglês de 1890 e dos ideais culturais que esta crise política provoca na geração de 70. O Ultimatum regressa a este momento e entusiasmo passados com a intenção de promover um espírito artístico e social diferente para Portugal. Através de uma análise da relação entre a génesis formal do Ultimatum e as repetidas metáforas relacionadas à comida, ou que se podia chamar o recorrente imaginário antropofágico do texto, este ensaio procura mostrar como Pessoa nos propõe uma velha receita para uma nova poética portuguesa.

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