Abstract

Este artigo analisa a vida dos africanos num navio negreiro, o Emilia. O navio foi capturado pela fragata inglesa Morgiana em 1821 e levado ao Rio de Janeiro. No Rio, a comissão mista anglo-portuguesa condenou o navio pelo crime de comércio ilícito de escravos. Os africanos do Emilia ficaram na condição de “escravos livres” sob a custódia do governo local por um período de quatorze anos. Foram distribuídos entre instituições públicas e concessionários particulares para servir como “trabalhadores livres”. Na prática suas experiências de trabalho foram semelhantes às de escravos. Depois de quatorze anos, um grupo dos escravos livres do Emilia voltou à África juntos. O artigo propõe que a identidade mais importante para reforçar as relações entre os africanos não foi uma identidade étnica, mas sim uma identidade nascida no Emilia, uma identidade de companheiros de viagem (“shipmates”).

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