Abstract

O objetivo deste artigo é de reflectir sobre o sentido da palavra "crioulo," discutir a pertinência do uso deste adjectivo para a definição do segmento social analisado e aprofundar a investigação de um ponto de vista cultural, biológico e linguístico. Depois de comparar as diferenças entre a realidade angolana e outros espaços crioulos presentes no mundo de língua portuguesa (Cabo Verde e São Tomé), a investigação procura examinar as características marcantes das "ilhas crioulas" angolanas, tentando superar os limites ideológicos impostos ao longo do século XX pela crítica contemporânea portuguesa, inspirados respectivamente por apologistas e detractores do esforço colonial. Neste artigo o termo "crioulo" quer definir uma categoria sócio-cultural que abrange um leque variado de elementos heterogéneos: os descendentes de europeus nascidos em Angola–tanto brancos como mestiços–e africanos destribalizados mais ou menos adaptados à cultura europeia que formavam um grupo intermediário entre os europeus da metrópole e a população indígena das áreas rurais.

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