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Reviewed by:
  • The Brazilian Economy: Growth and Development
  • Jerônimo Oliveira Muniz
Baer, Werner . The Brazilian Economy: Growth and Development. 6th ed. Boulder, Colorado: Lynne Rienner, 2008. 443 pp.

A obra de Werner Baer, primeiramente publicada em 1979, ainda é a única referência em inglês que oferece uma descrição completa e acurada da economia brasileira desde o ínicio do período colonial até o primeiro mandato do governo Lula. Além de esclarecer como a trajetória de colonização e industrialização do país deu origem as desigualdes regionais, o livro também discute os aspectos únicos da economia brasileira: os fatores condicionantes da industrialização, o boom econômico das décadas de 60 e 70, o acúmulo da impagável divida externa, a crise dos anos 80, o controle inflacionário via plano Real e, mais recentemente, a implantação de programas sociais visando erradicar a fome, reduzir a pobreza e a desigualdade de renda. The Brazilian Economy: Growth and Development possui dois pontos fortes: a riqueza de dados empíricos, e a ampla e cuidadosa revisão da literatura. Em sua sexta edição, o livro é ilustrado por 123 tabelas, seis apêndices e 18 páginas contendo inúmeras referências a renomados economistas e historiadores brasileiros (ex. Celso Furtado, Caio Prado Júnior e Mário H. Simonsen) e brasilianistas (ex. Charles Wagley e Thomas Skidmore).

A sexta edição trás duas novidades. Várias seções foram consolidadas e atualizadas para melhorar a apresentação e a estrutura de edições anteriores (o capítulo que discutia a privatização e reestruturação do setor bancário foi removido). A segunda novidade é a adição de dois capítulos, coautorados por Edmund Amann, discutindo os acontecimentos recentes do governo Lula (capítulo 8) e a competitividade mercantil advinda da implementação de políticas neoliberais (capítulo 15). A organização geral do livro, no entanto, continua a mesma: a parte 1 descreve a formação e estrutura econômica do Brasil de uma perspectiva histórica; a parte 2 retoma e discute aspectos passados e correntes da economia brasileira em sete capítulos autocontidos que enfatizam a dependência externa, as privatizações, as desigualdades regionais, o setor agrícola, o meio ambiente, a provisão de saúde pública, e a abertura da economia; a parte 3 conclui a obra.

Na introdução, Baer apresenta a evolução de indicadores de crescimento demográfico, estrutura e composição populacional, produção industrial, desigualdade [End Page 215] de renda, infraestrutura domiciliar, extensão territorial e riquezas naturais. Fatos que chamam a atenção: o Brasil é o maior produtor de açúcar e suco de laranja concentrado do mundo, e também o maior exportador de soja, carne bovina e tabaco. O país ocupa a quinta posição em população e extensão territorial do mundo, mas a sua distribuição populacional e de renda ainda é uma das piores. Em 2005, 42.6 porcento da população encontrava-se na região sudeste. Haviam 149 pessoas por kilômetro quadrado no estado de São Paulo, e 3.3 na região Amazônica. Em 2007, o país se tornou autosuficiente na produção de petróleo.

Os outros capítulos da primeira parte descrevem os acontecimentos políticos e econômicos que marcaram a história do Brasil desde o seu descobrimento, em torno de 1500. O capítulo 2 caracteriza os ciclos da cana de açúcar, ouro, café, borracha e algodão, e discute a politíca de exportação e desenvolvimento regional vinculada a cada um destes períodos. No capítulo 3, Baer demonstra que a expansão da produção industrial, sustentada sobretudo pelo mercado doméstico e pela economia exportadora cafeeira até o final da década de 20, não foi suficiente para aumentar a participação do setor industrial em mais de 21 porcento. A industrialização só ocorreria a partir da segunda metade dos anos 30, quando a participação do setor industrial cresceria para 43 porcento. Baer mostra que esse aumento foi mais...

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