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Reviewed by:
  • Brazilians Working with Americans
  • Vanessa Fitzgibbon
Kelm, Orlando R. and Mary E. Risner. Brazilians Working with Americans. Austin: U of Texas P, 2007. 218 pp.

O trabalho de Kelm e Risner merece especial destaque por trazer de forma acessível e compacta, a publicação de seu já conhecido trabalho online. Neste volume em versão bilingue, encontram-se os mesmos casos culturais apresentados no website, os quais procuram expor e comentar alguns dos principais mitos, erros de julgamento e até mesmo estereótipos comuns, referentes às negociações entre profissionais primariamente norte-americanos e brasileiros. No [End Page 254] início de cada caso, há uma breve introdução e resumo do problema a ser analisado. Em seguida, uma sinopse levanta as questões-chave a serem avaliadas com relação a problemas de adaptação e práticas comuns ao mercado brasileiro, tanto a nível social, como também histórico, empresarial e econômico. Por fim, o caso em si é apresentado com detalhes apurados, fornecendo informações relevantes para uma posterior avaliação por parte dos alunos, seja individualmente ou em grupo.

Cada caso focaliza um aspecto em particular que envolve funcionários de uma empresa norte-americana procurando adaptar situações, estratégias, produtos e técnicas às dificuldades culturais, regionais e econômicas encontradas durante sua operação no Brasil. O tratamento dado a cada estudo dedica uma explicação mais profunda sobre o problema, incluindo terminologia, aconselhamento e tentativa de solução. Um exemplo disto são as questões relativas à hiperinflação, dívida externa e câmbio flutuante, assim como a forma como tais fatores afetam as negociações da Electro World. Ou ainda a importância de se compreender a diferenciação entre o sindicato trabalhista e o sindicato patronal no caso da Petro Fibras. Após uma exposição bastante objetiva e que por vezes inclui aspectos históricos relevantes, seguem-se então três comentários de executivos norte-americanos e suas experiências em situações semelhantes. Tais comentários, além de comprovar a tipicidade das questões, acabam também por oferecer outras abordagens na área discutida, desdobrando assim a situação apresentada a outras possibilidades implícitas no contexto estudado. Em seguida, três profissionais brasileiros fazem suas observações, objetivando esclarecer alguns dos aspectos mais controversos apresentados, como por exemplo no primeiro caso do volume, em que os executivos da empresa The Pressure's On têm dificuldades de entender o problema da aparente falta de compromisso dos executivos brasileiros, ou ainda a maneira sensual do vestuário feminino como parte de uma estratégia de marketing e que comumente é encontrado em exposições e estandes de vendas.

Ainda que os brasileiros transmitam uma postura conciliatória na justificação de problemas que por vezes parecem culturalmente intransponíveis, o debate e o diálogo entre as duas culturas se transformam em uma perfeita oportunidade para se explorar e discutir estereótipos gerados por ambos os lados. Ao final de cada estudo, um conjunto de questões fornece um excelente material para discussões em classe e que facilmente podem se transformar, por sua vez, em novos casos culturais, como por exemplo, a implantação de determinados tipos de comida e sua adaptação ao mercado brasileiro apresentados pela Pizza World. Todos as situações são entrelaçadas por uma linguagem concomitantemente coloquial e profissional, enfatizando por meio da estrutura do volume em si, uma das principais questões da cultura empresarial brasileira, ou seja, a da formalidade do informal.

Entretanto, embora o contexto cultural e a abordagem dos casos sejam impecáveis, algumas observações merecem ser comentadas para maximizar seu aproveitamento. Como os editores deixam claro, este livro não é uma pesquisa [End Page 255] completa sobre as relações comerciais entre Estados Unidos e Brasil e instrutores e alunos devem estar atentos a fatores como a já comentada informalidade dos comentários em português. Este será o caso de algumas diferenças regionais verificadas na fala, como por exemplo o uso do tu alternado com as formas da segunda e terceira pessoas do verbo. O...

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