Abstract

Casa-grande & Senzala (1933), a obra secular de Gilberto Freyre, foi traditionalmente interpretado de um ponto de vista sociólogo e histórico. Esta interpretação deixou duas questões essenciais em aberto: 1) Como se pode explicar que Freyre interpretou a noção de miscegenação de uma forma (muito) mais positiva do que sociólogos anteriores e 2) Como se pode explicar as tendências elitistas e aristocráticas na sua obra? Este artigo explore estas duas perguntas analisando a influência em Freyre da filosofia de Friedrich Nietzsche através da interpretação de Henry L. Mencken. Argumenta que a influência de Mencken foi maior do que tradicionalmente tem sido admitido e que na obra de Mencken sobre Nietzsche se pode encontrar a mesma interpretação de miscigenação que Freyre mais tarde explorou em Casa-grande & Senzala. Argumenta também que Mencken profundamente influenciou Freyre com as suas ideias aristocráticas e elitistas.

pdf