Abstract

Este ensaio aborda o Romanceiro da Inconfidência (1954), de Cecília Meireles, como uma refiguração do século XVIII brasileiro, no sentido em que esse conceito é desenvolvido por Paul Ricoeur em suas reflexões sobre os laços entre a narrativa historiográfica e a narrativa ficcional. Com os pés firmemente plantados no Brasil dos meados do século XX, Meireles re-escreve a história do século XVIII em termos que revelam a conjunção de seus múltiplos interesses como educadora, dedicada à investigação e disseminação crítica da história nacional, como intelectual pública, engajada nas grandes questões de seu tempo, e, finalmente, como uma poeta independente e sensível, para a qual as tribulações da condição humana e os mistérios do espírito são fontes perenes de indagação e inspiração.

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