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Reviewed by:
  • Cidades da Floresta: Urbanização, Desenvolvimento, e Globalização na Amazônia Brasileira
  • Antoinette M.G.A. WinklerPrins
Cidades da Floresta: Urbanização, Desenvolvimento, e Globalização na Amazônia Brasileira. John O. Browder e Brian J. Godfrey. (Tradução de Gisele Vieira Goldstein com colaboração de Jocilene Souza.) Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2006. Pp. 384, mapas, figuras, tabelas. Papel (ISBN: 85-7401-183-5).

A concepção de uma Amazônia urbanizada ainda parece paradoxal para quem não conheça a região. Browder e Godfrey afirmam que: "Perdido na visão popular desta região perturbada da floresta tropical está o paradoxo da atual urbanização da Amazônia" (p. 19). E esse paradoxo foi a motivação central para os autores escreverem esse livro. O livro é o estudo mais significativo sobre o processo de urbanização da região, e o será por muito tempo. Estou feliz que tenha sido traduzido para o português. O livro apareceu pela primeira vez em 1997 como Rainforest Cities: Urbanization, Development, and Globalization of the Brazilian Amazon. (New York: Columbia University Press, 1997), e se tornou um livro indispensável para pesquisadores interessados em assuntos ligados ao desenvolvimento da Amazônia.

Esta é a tradução do original, com poucas revisões além da atualização dos dados do censo de 1991 para o censo de 2000. A maioria dos mapas e texto que acompanham são ainda de 1991 (ex. os mapas urbanos da região e o texto do capítulo 1). Isso é uma pena. Embora muito interessante, retornar ao campo para atualizar os dados teria sido um esforço tremendo (a pesquisa original foi realizada em 1990). Os autores decidiram não fazê-lo. O que permanece, portanto, é um texto preso à visão da Amazônia dos meados dos anos 90, mesmo que mais de uma década tenha passado e muito tenha mudado na região. Felizmente o capítulo sobre o sul do Pará (Cap. 7) apresenta texto novo, porque a região é a mais dinâmica da Amazônia, mas esta parte é a única que eu identifiquei que foi revisada. Algumas histórias para animar os capítulos empíricos (capítulos 6 e 7) teriam ajudado a convencer o leitor que o material permanece relevante. A atualização da bibliografia poderia ter sido feita facilmente, mas não a foi. Muito tem sido escrito desde a publicação do original, mas nenhum trabalho recente é citado na versão brasileira do livro.

Outras mudanças no livro incluem a eliminação de um capítulo, a ausência do índice e o Apêndice Técnico (métodos). Uma vez que os autores não escreveram uma nova introdução ou prefácio para apresentar essa edição do seu livro, não está claro porque essas partes do livro foram removidas. A omissão do Capítulo 10 original "A Urbanização da Fronteira e Mudanças Ambientais na Amazônia" é desconcertante, já que este foi o capítulo que vinculou o processo urbano da região com assuntos ambientais que frequentemente formam o centro do debate e o foco principal da literatura. Talvez seja nesta parte que a maioria das mudanças tenha ocorrido desde 1990, e presumo que os autores decidiram que seria melhor tirar o capítulo todo. Por último, as notas do final foram convertidas a notas de pé de página. Aplaudo esta mudança, pois ela torna a leitura mais fácil porque as notas são muito esclarecedoras.

Apesar de desatualizado, o livro continua sendo uma contribuição importante para os estudos da Amazônia e geografia urbana. Suas discussões teóricas extensivas (Capítulo 2, e parte de 10), embora exaustivas, podem ser muito valiosas para o público brasileiro. A interpretação da historia amazônica (Capítulo 3) continua sendo uma plata forma útil para a contribuição significativa que o livro oferece. As contribuições originais à teoria (Capítulo 4), da urbanização da Amazônia, o que os autores chamam de 'urban ização desarticulada,' continuam importantes. Essas idéias podem ser aplicadas...

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