Abstract

Os hinos nacionais, tais como as bandeiras, os brasões, os selos e o dinheiro, são elementos simbólicos que fazem parte de um equipamento que acompanha as reivindicações de especificidade de cada nação. As letras dos hinos dos países pós-coloniais podem ser vistos como documentos ilustrativos, já que reflectem as ideologias e preocupações da era da indepêndencia. Os temas mais comuns são apelos ao despertar da nação ou elogios às maravilhas 'únicas' do território nacional. No entanto, os hinos dos cinco países da África lusófona e Timor-Leste diferem da maioria dos outros estados póscoloniais na medida em que as elites políticas recorreram a poetas e escritores conhecidos e proclamaram a revolução socialista. Enquanto que na maioria dos outros países os hinos iniciais permanecem, no novo mundo lusófono a transformação política do socialismo para o capitalismo foi acompanhada pela substituição-ou planos de substituição-dos hinos. Os discursos de identidade nacional que inicialmente celebravam os heróis de libertação e preconizavam a construção de um futuro próspero foram substituidos por hinos que enfatizam a cultura e o encanto do país amado.

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